Descrição
Pulseira produzida com miçangas por artesã indígena de etnia Araweté da Terra Indígena do Xingu.
Devido à sua riqueza de cores, formas e usos, o artesanato é uma das mais conhecidas expressões da cultura tradicional e há muito deixou os limites das terras indígenas para conquistar espaço de casas, empresas e corpos de não indígenas, tornando-se uma das fontes de renda das comunidades. Os conhecimentos recebidos pelos antepassados são transferidos para as gerações seguintes através da oralidade, da observação e da repetição.
O uso sustentável dos recursos de cada região habitada pelos povos indígenas tocantinenses, como fibras e sementes (tiririca, saboneteira, cabeça de formiga, boca de cobra, japecanga, entre outras) adicionado a alguns materiais sintéticos, como miçangas, dá vida a uma infinidade de peças artesanais: de cestos, bolsas, tipitis e esteiras de uso rotineiro a maracás feitas de cabaça e cuité para animar as festas e os rituais, passando por adornos de cabeça, saias, pulseiras, braceletes e colares com tramas ricamente elaboradas, além de uma infinidade de objetos e bonecas produzidas com madeira e cerâmica.
Os Araweté são um povo tupi-guarani de caçadores e agricultores da floresta de terra firme. “Estamos no meio”, dizem os Araweté da humanidade. Habitamos a terra, este patamar intermediário entre os dois céus e o mundo subterrâneo, povoados pelos deuses que se exilaram no começo dos tempos. Os Araweté dizem viver agora “na beira da terra”: sua tradição fala de sucessivos deslocamentos a partir de algum lugar a leste (o centro da terra), sempre em fuga diante de inimigos mais poderosos. Toda sua longa história de guerras, mortes e fugas, e a catástrofe demográfica do “contato”, se não se apagam da memória araweté, nunca chegaram a diminuir seu ímpeto vital e alegria.
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