Alambique Biñoli Baniwa G – 17 x 27 cm

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Descrição

O alambique Biñoli é também conhecido na região pela corruptela lambica. É um artefato feito de várias partes, cujo recipiente  principal, em que será colocado o líquido a ser destilado e que será levado ao fogo é chamada Biñoli-lhiwida. Trata-se de um pote de base reta, contorno complexo, borda extrovertida, apresentando um orifício onde se encaixa um tubo de origem vegetal que será usado no conjunto.

Os Baniwa consideram a bebida destilada feita no alambique Biñoli um distintivo identitário em relação aos índios do Uaupés, que teriam como bebida distintiva o caxiri (cerveja de mandioca), que hoje, contudo, é amplamente consumido entre os Baniwa – os
“tradicionais/católicos”, entenda-se – e pelos demais índios da região. Esta é uma observação curiosa de nossos interlocutores, uma vez que se considera que não havia processos de destilação entre os índios da Amazônia antes do contato com os brancos. Este empréstimo teria sido feito em tempos imemoriais, de forma que os Baniwa estão seguros de que se trata de uma técnica própria, ao ponto de se irritarem se se diz que é improvável que eles tenham.

 

A cerâmica produzida pelas mulheres baniwa possui acabamento vitrificado produzido por meio do uso de resinas vegetais, seja o arbusto oomapihitako, seja a seiva do jutaí, wakhamaali, planta da família do jatobá. Esta resina funciona como verniz, protegendo a peça como um todo do desgaste provocado pelo uso. Ela é aplicada após a queima da peça, por meio de um cuidadoso aquecimento. A pintura – grafismos geométricos aplicados no interior ou exterior dos potes de acordo com o tipo e o uso – é feita antes da queima, quando a peça ainda possui um aspecto cinza, da cor da massa cerâmica composta de argila (encontrada em raros depósitos espelhados pela região do Aiari) e a casca do caraipé (kawa, em baniwa).

A decoração é feita com um pigmento resultado da mistura de uma argila amarela chamada eewa, em baniwa, com um líquido ácido, que pode provir do caldo de mandioca amarga (manicoera), do suco de limão ou do suco do cubiú. Oliveira acredita que o uso deste caldo permita a oxidação do pigmento durante a queima, o que resulta na transformação da sua cor inicialmente amarela em uma tonalidade vermelha-alaranjada durante o processo da queima das peças.

Este tipo de cerâmica, rica em ornamentação gráfica, é reservada para uso cerimonial, sobretudo em rituais como o dabucuri (poodali) e o ritual de iniciação (kowaipan). Durante o dabucuri são ofertados alimentos e artefatos aos convidados como sinalização de boa estima, enquanto nos rituais de iniciação são ofertados alimentos benzidos (kalidzamai) aos homens e às mulheres que saem de um longo jejum realizado durante o resguardo ritual. Em ambas ocasiões, os alimentos e bebidas são servidos nestas cerâmicas cerimoniais apresentadas em forma de tigelas (akhepa, paratto, mapoapi), bilhas (tsolooda), taças (kérapi e kérapi dzamaapi peeri) e moringas (kaphiaroda).

Informação adicional

Peso0,9 kg
Dimensões17 × 17 × 27 cm

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