Descrição
A abertura da festa do pequi ocorre com o uso dos zunidores (matapu), quando dois homens andam até o rio e giraram os zunidores em direção à casa dos homens. Os Mehinako afirmam que eles foram trazer os apapayêi matapu para participar da festa. Ou seja, os zunidores são apapayêi, o som e o movimento que eles emitem atraem o espírito do peixe que está dentro do rio para participar da festa na aldeia. Enquanto os zunidores são girados em pares, os participantes falam “kawokakola” para oferecer mingau, peixe e beiju para os apapayêi. Ao final, os homens pararam de girar os zunidores e ofereceram o alimento para o espírito do peixe retribuir com a cura da doença.
Os zunidores são esculpidos em madeira piranheira e pintados com pigmentos de origem vegetal ou mineral: o vermelho, obtido do urucum, o preto, fornecido pelo sumo do jenipapo misturado com fuligem, o branco, da tabatinga, e, com menor frequência, o amarelo, extraído de um tipo de urucum. Sua aplicação é feita com auxílio de gravetos ou com os dedos.
O artesanato indigena das Terras Indigenas do Xingu (TIX) tem raizes históricas em sua cultura, tanto nos ritos quanto no cotidiano dos povos originários.
Desde a coleta das matérias primas, passando pela produção, até a utilização dos artefatos, o artesanato funde-se com as tradições e compõe parte importante dos conhecimentos tradicionais.
As técnicas produtivas fazem parte da tradição e são difundidas ao longo da vida durante o processo educacional transmitindo conhecimento seculares para as novas gerações.
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