Descrição
“Na hora que a gente cata na mata, ela já vem no formato da natureza, cada peça é única, nunca vai ser uma igual. Umas mais largas outras mais estreitas, corações, coisa que te dão um pensamento mais forte.” – Daiane
É possível saber a história de uma árvore, contar seus anos de vida, nos anéis de seu tronco. Outras marcas que ficam, como cicatrizes, remontam a tempos antigos; são indicadores, memória da floresta que é contada em segredo. A magnitude de árvores centenárias é conservada em seus veios e as cores que vão do bege amarelado, passando pelos lilases, vermelhos e marrons, revelam a espécie.
As sofisticadas peças produzidas pelos jovens do Assentamento Porto Dias são resultado de uma iniciativa de gestão ambiental sustentável e geração de renda através do aproveitamento de resíduos florestais gerados pelo Manejo Florestal durante o processo de abertura de estradas, trilhas de arraste e pátios, galhadas das copas das árvores exploradas, árvores derrubadas durante a queda, queda natural de árvores e resíduos de toras ocas.
Com tanto material disponível, a comunidade organizou-se com apoio do Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre (SEMA), a partir de 2016, que reconheceu e vislumbrou o potencial dessa matéria prima subaproveitada.
A técnica se inicia na coleta da madeira na qual as formas da natureza são trabalhadas com serras elétricas e lixadeiras, tendo o acabamento realizado manualmente, finalizado com ceras naturais e selador para proteger e dar brilho.
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